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BIO
GRAFIA

"Tem certeza que você quer saber de onde vim mesmo? Então se liga aí que cada passo foi de grande importância na minha vida."

Nasci em Itaipava, interior do Rio de Janeiro, no ano de 1985. Sem nenhuma familiaridade com o ambiente artístico, meus parentes nunca tiveram um universo cultural amplo ou um pouco investigativo. E, por sinal, seria um sonho realizado ter visitado um ateliê quando criança, sorte a minha ter um hoje.

Ainda moleque, por volta dos sete anos, vi o projeto de uma residência na mesa do meu vizinho. Lembro que fiquei estupefato, perplexo, embasbacado com o que era possível fazer com um lápis, na minha cabeça aquilo era um mundo. Eu desenhava pensando em alcançar aquele nível de trabalho, com uma paixão excêntrica por ônibus. Em qualquer papel em branco, eu fazia esse transporte coletivo.

Depois, fui transmutando para ampliações de figurinhas de chiclete que eu guardava como obras de arte. Eu me amarrava em ficar na oficina do meu pai lidando com materiais e ferramentas, ficava no famoso quartinho nos fundos da casa.

No ano em que o Brasil foi Tetracampeão na Copa, mudei para Cabo Frio onde quatro anos mais tarde, sofri um acidente e perdi o polegar direito. Foi muito desagradável, mas foi quando comecei a explorar a mão esquerda que as coisas ganharam um novo clima. Iniciei um ciclo de desenhos que me atraíram e, novamente, fiquei boquiaberto.

Nesse embalo, no mesmo ano, tive o primeiro contato com a pintura. O artista Reinaldo Caó ministrava aulas na escola pública onde eu estudava. Confesso que adorava as aulas, mas foi uma época em que as meninas começaram a me chamar muita atenção e o professor sempre se irritava com nossos atrasos aos

domingos pela manhã. Desde então, fiquei sabendo que não era tão vantajoso marcar compromissos nas manhãs do primeiro dia da semana.

Comecei a trabalhar em serviços gerais aos quase quatorze anos de idade, o que me afastou ligeiramente da arte. Tive grande aprendizagem com um pedreiro casca grossa da região. Aprendi que todo trabalho precisa ser executado com maestria e que para a realização das coisas é preciso ter um investimento de energia absurdo.

Dois anos depois, percebi que a obra já não me comovia tanto. Nessa onda, fiquei determinado a aprender pintura com Caó. O cara fez algo que mudou meu rumo, me deu a tal da oportunidade. Comecei a fazer aulas de artes gratuitamente. De forma natural, sem desejar e nem sentir bem o que foi acontecendo, passei de aluno a assistente de ateliê e, logo após, comecei a ministrar aulas particulares que possibilitaram o início do meu trabalho artístico. Foi o momento quando percebi que poderia viver trabalhando com a arte. 

Cinco anos após a virada do milênio, fui convidado pelo principal Marchand da cidade para realizar minha primeira expo individual. Tem noção disso? Eu tinha 19 anos, já com uma produção em constante crescimento e a grande real é que eu não tinha ideia da importância desse fato na época. 

Envolvi-me com a arte da cenografia e as produções efêmeras no mesmo momento em que o meu melhor amigo entrou no teatro. Passei a desvendar mais os multiversos da arte. Quase na primeira década desse período, a cidade do Rio de Janeiro virou meu lar.

Engajei-me na produção de Cenários e Artes Visuais e também em aulas no Parque Lage. Conheci muita gente interessante nesse período. Morar em uma metrópole efervescente cheia de carioquices, me trouxe grande apreço pelas relações.

Frequentei grupos de estudos e assisti aulas como ouvinte na UERJ e PUC Rio. 

Passei uma temporada em Londres, visitei grandes países com extensas histórias no meio da arte, percorri galerias e mercados de arte. Odiei e amei histórias e costumes dos lugares onde estive, mas permitindo me apaixonar por tudo que ocorria no curso da minha vida.

Saudoso, retornei ao Rio com novo olhar sobre a minha produção. Atualmente, desenvolvo meus novos trabalhos com base em todas essas experiências, aqui, no meu Ateliê inspirador em Santa Teresa.

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